quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Get Smart AKA Olho Vivo
























Antes de começar, devo dizer que fui ver este filme com altas expectativas. Mas parte da felicidade pode derivar do facto de termos más expectativas e podermos dar espaço para sermos surpreendidos pela positiva.

Muitos de nós lembramos-nos do velho Get Smart, das tardes da RT2, entre o Quando o telefone toca e a "nova" série da Missão Impossível. Podemos-nos lembrar por motivos diferentes: porque foi parte marcante da nossa juventude (e dos nossos pais); pelo carisma da agente 99 e a sua franja beatnik; pela voz aguda e segura do agente 86; pelas gadgets apresentadas a cada programa; pelas velhas piadas batidas que nunca deixam de ter graça, repitam-se elas quantas vezes forem precisas; pelo genérico de entrada, das portas a fecharem-se atrás do Maxell Smart enquanto este entra na cabine telefónica britânica e é sugado para os confins da agência; enfim, com tantos anos de série, há muito por onde escolher. Eu devo dizer que o que mais me lembra o Get Smart são dois momentos que se repetiam num loop que para mim, era pura parvoíce, daquela, saudável: o cone do silêncio e o momento que começa no buff exagerado do "acreditas que está lá fora seiscentos agentes sp.ops (...)?" e acaba com qualquer coisa como "e se fosse um cão perneta a guiar um cego armado com a bengala...".



Este filme tem TUDO! Todos aqueles lugares batidos que nos lembrarmos foram inseridos neste filme. Mas (há sempre um mas) peca por ser uma comédia ténue, tão ténue que pode passar ao lado grande parte da piada retirada da famosa série. Parece-me que apenas um adepto da série vai tirar o total proveito da graça do filme. Não é que o filme não tenha graça, porque tem. Mas vi-me a rir muitas vezes sozinha, com piadas que nitidamente os outros não alcançaram (ou porque não se lembravam, ou porque não estavam maduros).

No ponto positivo o Steve Carell foi, a meu ver uma boa escolha para representar o agente 86. E o pano de fundo que deram a esta personagem torna-a ambiguamente o agente da série de então e um agente totalmente novo, como um novo número 10 no futebol. Já a agente 99 é muito mais dura que a original e totalmente distinta. O "chefe" foi bem escolhido e até foram desencantar mais um colaborador do The Daily Show with Jon Stewart, para interpretar, o rapaz robô, Hymie. Tenho de fazer um destaque extremamente carinhoso para a personagem do Bill Murray, que encheu-me o coração de nostalgia.

Enfim, dito isto, se tivesse que cotar de 1 a 10 daria um 6.2. Porque tinha o espaço para ser brilhante, mas não foi. Mesmo assim, é um bom entretenimento para uma tarde de sábado, com um pacote de pipocas e a nossa cara metade.

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