domingo, 28 de setembro de 2008

Há sempre bons momentos de cinema a recordar...

Johnny B. Goode por Michael J. Fox

terça-feira, 23 de setembro de 2008



Eu tenho o incomum hábito de ver filmes antigos. E quando me refiro a filmes antigos, não estou a falar, como muitos dos filmes de noventas, como o Silêncio dos Inocentes, ou As Loucas Aventuras de Bill e Ted. Não! Eu consigo sentar-me frente ao televisor e ver um filme a preto e branco do principio ao fim, se for um bom filme. Não me interpretem mal: eu gosto tanto como o próximo das novidades, das novas correntes, dos novos interpretes, etc., mas tenho em mim espaço para esses outros, que para alguns são bolorentos, para mim são vintage.

Este fim de semana dei comigo a passar o Sábado à noite a ver com o meu homem (com alguma relutância dele) Arsenic and Old Lace, o filme de Frank Capra de 1944. Para dizer a verdade, chamou-me a atenção porque vi o genérico em que tinha desenhado bruxinhas e gatos pretos e vassouras e pensei "um filme a preto e branco com bruxas? hummm...".

Pois bem, Arsenic and Old Lace é a historia de duas velhinhas amorosas que matam por misericórdia, e do seu sobrinho Mortimer (Cary Grant) que se acaba de casar e descobre que a insanidade corre na família ao descobrir a macabra história destas queridas serial killers que envenenam os seus visitantes. Então ele tenta internar o seu tio Teddy (um velhote excêntrico e maluco que vive com elas) que crê ser o Teddy Roosevelt para as tentar proteger, mas a noite de Halloween ainda agora começou...


Antes de mais, devo partilhar desde já o meu truque para gostar destes filmes: há que pensar que estes filmes são como peças de teatro. Se se partir deste pressuposto (o que era de facto o que acontecia, uma peça de teatro era adaptada ao grande ecrã) sei que vão gostar muito mais deste estilo.

O filme é muito giro e dei comigo a rir à gargalhada, pois este é uma comédia negra. E cheia de imprevistos, emoção, simplicidade e pura diversão.

Sei que provavelmente dos leitores deste blog, só eu vi, só eu verei este filme. Mas digo-vos: é um clássico.
Sai prejudicado por haver hoje, um mundo de filmes e milhões de horas de cinema, por comparação. Mas no seu tempo, foi decerto o melhor: 7.2/10.

IMDB

domingo, 14 de setembro de 2008

Wall.E





Ena-Ena!

Um filme que cumpriu as altas expectativas.

Não fui ver este filme antes, porque só tinha disponível a vs. Portuguesa, e estava à espera das releases DVD, para ver o original. Mas, em 6 salas, depois de todos os filmes que tenho visto, só tinha isto e o Mamma Mia à escolha. E como não gosto de ABBA, e a comédia romântica cheira-me sempre a Sábado à tarde, fui ver este maravilhoso filme.

O filme é algo parado e centrado em duas carismáticas personagens. Mas só numa primeira parte!



Wall.E lembrou-me, vá-se lá saber porquê, um Woody Allen, mas um sem a possibilidade da fala, se é que isso é possível. Último sobrevivente da equipa responsável pela limpeza do planeta terra, após os abusos ambientais, Wall.E prossegue a sua rotina de reciclagem desenvolvendo uma curiosidade que ultrapassa as suas directrizes primárias e que o levam a sonhar com um mundo, maior que o que ele concebe. É com a chegada de Eva, um Robot feminino de vanguarda, que a solidão de Wall.E se dissipa para dar lugar ao inicio de uma aventura interestelar.

A animação é tão perfeita, que a primeira parte do filme, a passada na terra, me fez duvidar se estaria a ver animação. De facto o mundo de Wall.E foi concebido com uma exactidão tão grande, que humanos e animação se mesclavam homogeneamente. E só no espaço se percebia que estávamos a ver uma animação. E uma animação tão gira...

Mas o mais interessante neste filme, talvez sejam as nuances da história. Coisas que nos deixam a pensar, sem nenhuma mensagem explicita. Consigo imaginar este filme a ser exibido em aulas de cidadania, ou até filosofia, obtendo grandes resultados didácticos e pedagógicos. E em termos de condimentos, tinha comédia, romance, ficção científica, esperança, desespero, comoção... tinha tudo o que nos faz a nós vibrar, seres humanos.

Saí do cinema com tanta alegria, que acho, de facto este filme fabuloso. Numa escala de 10, tem um bom 8.8. Aconselhado a miúdos e graúdos.

Espero agora ansiosamente pela vs. original... Iupi!







Bom, e aqui fica a curta que acompanha o filme. Espero que gostem!



quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Get Smart AKA Olho Vivo
























Antes de começar, devo dizer que fui ver este filme com altas expectativas. Mas parte da felicidade pode derivar do facto de termos más expectativas e podermos dar espaço para sermos surpreendidos pela positiva.

Muitos de nós lembramos-nos do velho Get Smart, das tardes da RT2, entre o Quando o telefone toca e a "nova" série da Missão Impossível. Podemos-nos lembrar por motivos diferentes: porque foi parte marcante da nossa juventude (e dos nossos pais); pelo carisma da agente 99 e a sua franja beatnik; pela voz aguda e segura do agente 86; pelas gadgets apresentadas a cada programa; pelas velhas piadas batidas que nunca deixam de ter graça, repitam-se elas quantas vezes forem precisas; pelo genérico de entrada, das portas a fecharem-se atrás do Maxell Smart enquanto este entra na cabine telefónica britânica e é sugado para os confins da agência; enfim, com tantos anos de série, há muito por onde escolher. Eu devo dizer que o que mais me lembra o Get Smart são dois momentos que se repetiam num loop que para mim, era pura parvoíce, daquela, saudável: o cone do silêncio e o momento que começa no buff exagerado do "acreditas que está lá fora seiscentos agentes sp.ops (...)?" e acaba com qualquer coisa como "e se fosse um cão perneta a guiar um cego armado com a bengala...".



Este filme tem TUDO! Todos aqueles lugares batidos que nos lembrarmos foram inseridos neste filme. Mas (há sempre um mas) peca por ser uma comédia ténue, tão ténue que pode passar ao lado grande parte da piada retirada da famosa série. Parece-me que apenas um adepto da série vai tirar o total proveito da graça do filme. Não é que o filme não tenha graça, porque tem. Mas vi-me a rir muitas vezes sozinha, com piadas que nitidamente os outros não alcançaram (ou porque não se lembravam, ou porque não estavam maduros).

No ponto positivo o Steve Carell foi, a meu ver uma boa escolha para representar o agente 86. E o pano de fundo que deram a esta personagem torna-a ambiguamente o agente da série de então e um agente totalmente novo, como um novo número 10 no futebol. Já a agente 99 é muito mais dura que a original e totalmente distinta. O "chefe" foi bem escolhido e até foram desencantar mais um colaborador do The Daily Show with Jon Stewart, para interpretar, o rapaz robô, Hymie. Tenho de fazer um destaque extremamente carinhoso para a personagem do Bill Murray, que encheu-me o coração de nostalgia.

Enfim, dito isto, se tivesse que cotar de 1 a 10 daria um 6.2. Porque tinha o espaço para ser brilhante, mas não foi. Mesmo assim, é um bom entretenimento para uma tarde de sábado, com um pacote de pipocas e a nossa cara metade.