sábado, 18 de abril de 2009

Slumdog Millionaire

Slumdog Millionaire





Este filme foi uma surpresa sem o ser. Não podia ter ganho tantos prémios por nada. E de certeza que não seria por ter o Quem quer ser Milionário como tema. Isso eu sabia. E também sabia que retratava um estrato social terrível da sociedade da Índia. O que eu não sabia é a brutalidade que é expressa neste filme, realizada com uma sensibilidade que só, talvez, o Danny Boyle poderia ter transmitido.

Este é um filme muito muito inteligente, mas contado de uma forma simples e acessível. É distante e ao mesmo tempo, profundamente identificante, ou pelo menos faz-nos identificarmos-nos a nós, por aquilo em que acreditamos, pelo que nos defendemos, por aquilo que nos distingue como uma identidade globalizada, de primeiro mundo e evoluída. Mexe com com os sentidos e com o que nos compele a nós, humanos, cultura e civilização. O dinheiro? O amor? A fé? A ingenuidade? A persistência? O destino? Mas complico.

Esta é uma história que vai ser vista através dos tempos com o mesmo interesse de hoje. Esperemos que com mais distanciamento pela dissolução destes comportamentos. Este é o verdadeiro teste das obras primas: o gosto através dos tempos. Uma história visualmente bonita, suja, desagradável, perfeita, veloz, intemporal e transfronteiriça. E acima de tudo real. Ou pelo menos com uma realidade incorporada que todos sabemos que existe mas é melhor não saber.

Com excelente casting e interpretações, uma banda sonora espectacular e um guião fabuloso, é mesmo singular e obrigatório ver este filme.

Atribuo uma cotação de 9.4/10






Bónus: Melhor música (óscar2009), genérico final.




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