segunda-feira, 27 de abril de 2009

Resident Evil (2002)




Resident Evil 7.6/10 (dentro do estilo terror 8.8/10)

Gosto muito deste filme. Parece-me que à excepção do Silent Hill é a única boa adaptação de um jogo ao cinema. Tenho de dizer que nunca joguei o RE, nem o Code Veronica nem nenhum deles, mas vi várias vezes o meu cunhado jogar. Não que não gostasse do jogo, mas apenas achei que era um tipo de jogo demasiado sombrio e assustador para mim (que jogo maioritariamente de noite). Mas do que vi, acho que este filme excede as expectativas, dando-nos uma história que agrada tanto a gamers como a não jogadores.
É um filme de terror. E como filme de terror, não pode ter aquela dimensão profunda que outros tipos de filme pode abordar, mas é, sem dúvida, um filme que aproveita um bom tema, de um modo realístico, e com isto quero dizer, com possibilidades tecnológicas reais e não demasiadamente Si-fi. As interpretações femininas são fabulosas: tanto a Milla Jovovich, como a Rodriguez são os pontos fortes das interpretações. Aquelas mulheres foram feitas para darem grandes coças a quem se puser no seu caminho. Os cenários oscilam entre o amplo, o vazio, o silencio, para o claustrofóbico, ameaçador e caótico. Os monstros são bem concebidos e pelo que me lembro dos jogos, fieis ao conceito original. O mistério envolve toda a história que de uma amnésia se desenvolve para um desenrolar de acontecimentos inesperados. E tem, aquilo que faz um óptimo filme de terror: pelo menos uma morte completamente inovadora para a época (a morte do comandante do corredor para o núcleo da Red Queen ). Entretanto já vi a utilização daquela morte que é sem dúvida épica, mas para a altura, foi um Uauh!. Até a banda sonora apoia este filme de modo a criar um suspense que nos deixa pendendo a todos os passos dos personagens. Como se não bastasse, tem um fim claramente desesperante (que na altura me deixou com a ideia que podia ser um óptimo inicio par o 28 days later não fossem os zombies completamente diferentes (estes à moda dos zombies dos anos oitenta, os outros ,raivosos). Mas pronto, como sabem, não foi essa a história que decidiram continuar nas sequelas...

Resident Evil: Apocalypse 6 /10

Eu já da outra vez que vi os resi' também não tinha gostado tanto deste filme como dos outros .A única razão que me ocorre é mesmo a falta rigor para com a história. O facto de mortos, num cemitério, se levantarem, infectados... foi mesmo um erro crasso. E mesmo no fim, a morte do Dr. Ashford foi através de uma arma, e não pela infecção. E mesmo assim ele zombifica. Logo aí... Não é coerente. De outra forma, até tem pormenores interessantes, personagens carismáticas e um argumento cativante.

Resident Evil: Extinction 7.4/10

Completei assim a trilogia do Resident Evil, ainda com o Resident Evil: Degeneration fresquinho na mente, e sinceramente gostei muito de vê-los sequencialmente (forma que me parece terem sido feitos para serem vistos).

Extinction é uma sequela bem feita. Apesar de não ter toda a acção do segundo (nem precisa) tem um bom argumento, bons cenários, personagens cativantes e de certa forma uma história antagonicamente desesperante e esperançosa. Isto é, apesar de a terra estar a entrar em colapso, dos humanos estarem a extinguirem-se, a possibilidade de um possível refúgio e de uma Alice psiónica e com uma missão de vingança trás-nos algum conforto, no meio do desespero da morte que rodeia os personagens. A morte vem na forma dos Zombies, mas também do deserto. E é alada. Aliás, Hitchcock foi um homem muito à frente do seu tempo e há muito intertextualidade entre The Birds e a representação dos corvos neste filme. E não me parece que seja uma ligação fortuita, mas mais uma espécie de homenagem, uma prova que velhas fórmulas ainda resultam em novos produtos. Com velhos e novos monstros (exemplo da mutação do Dr. Isaacs) existe uma ligação profunda ao jogos (que devo dizer que fiquei com vontade de conhecer a história), e é uma boa trilogia a (para quem gosta do estilo) adquirir.

PS. Falando com outros ávidos fãs do RE, fiquei a saber a coisa dos mortos se levantarem, no II, tem a ver com a contaminação que é transmitida pelo ar. Só depois da morte é que evolve para o estado não morto, logo Zombie. Como é explicado pela Red Queen, na colmeia, no I RE. A partir do momento em que quebram o selo da colmeia, no II, a contaminação passa para a Rackon City e contamina até os mortos no cemitério. Enfim, uma explicação que não me convence, mas uma explicação.

PS2. Pergunta: No RE-Apocalypse a Alice cai no Helicóptero e enquanto os outros personagens fogem, safam-se, whatever, ela é recuperada num 'bodybag', i.e., morta. Depois vai lá o Dr. Isaacs e leva-a para um laboratório onde ela "renasce" numa daquelas bolhas de liquido amniótico (?!). A pergunta é: ela é recuperada, reanimada ou já um clone? É que no III a Alice do deserto é o projecto Alice, essencial e a única com anticorpos para o vírus.


sábado, 18 de abril de 2009

Slumdog Millionaire

Slumdog Millionaire





Este filme foi uma surpresa sem o ser. Não podia ter ganho tantos prémios por nada. E de certeza que não seria por ter o Quem quer ser Milionário como tema. Isso eu sabia. E também sabia que retratava um estrato social terrível da sociedade da Índia. O que eu não sabia é a brutalidade que é expressa neste filme, realizada com uma sensibilidade que só, talvez, o Danny Boyle poderia ter transmitido.

Este é um filme muito muito inteligente, mas contado de uma forma simples e acessível. É distante e ao mesmo tempo, profundamente identificante, ou pelo menos faz-nos identificarmos-nos a nós, por aquilo em que acreditamos, pelo que nos defendemos, por aquilo que nos distingue como uma identidade globalizada, de primeiro mundo e evoluída. Mexe com com os sentidos e com o que nos compele a nós, humanos, cultura e civilização. O dinheiro? O amor? A fé? A ingenuidade? A persistência? O destino? Mas complico.

Esta é uma história que vai ser vista através dos tempos com o mesmo interesse de hoje. Esperemos que com mais distanciamento pela dissolução destes comportamentos. Este é o verdadeiro teste das obras primas: o gosto através dos tempos. Uma história visualmente bonita, suja, desagradável, perfeita, veloz, intemporal e transfronteiriça. E acima de tudo real. Ou pelo menos com uma realidade incorporada que todos sabemos que existe mas é melhor não saber.

Com excelente casting e interpretações, uma banda sonora espectacular e um guião fabuloso, é mesmo singular e obrigatório ver este filme.

Atribuo uma cotação de 9.4/10






Bónus: Melhor música (óscar2009), genérico final.